Diante de toda
esta reflexão como podemos analisar Jesus nos dias de hoje?
A sociedade
atual tem contradições bem mais profundas e em maior proporção que as da época
de Jesus. Os males que atingem e ameaçam a vida humana também são muito maiores,
dentre eles a violência, às drogas, a fome e a miséria.
Os conflitos
entre riqueza e pobreza, guerra e paz, justiça e injustiça, solidariedade e
individualismo, entre tantos outros, estão sempre presentes em nosso dia-a-dia.
Não podemos
negar que somos influenciados por toda essa onda de consumismo, pela busca
desenfreada por satisfações materiais, pela exigência da sociedade em
“atendermos aos padrões estabelecidos”.
Diante de todo
este caos vale à pena perguntar o que Jesus faria se aqui estivesse como viveu
em seu tempo?
Não resta a
menor dúvida que Ele, fiel que foi à sua missão, agiria da mesma forma.
Mas, creio que
existem outras perguntas que deveríamos nos fazer: como devemos agir diante
desse estado de coisas? Como ser cristão nos tempos de hoje? O que Jesus espera
de nós?
A resposta
fica a critério de cada um, no entanto, esta mesma resposta está intimamente
ligada à reflexão acerca do próprio testemunho vivo dado por Jesus Cristo.
O
que não há como discordar é que para ser cristão autêntico, deve-se seguir os
passos de Jesus e assumir a mesma missão abraçada por Ele.
Não
existe a possibilidade de conceber que alguém se diga cristão e pratique
exatamente o contrário dos ensinamentos do Mestre, Jesus.
Também,
não dá para imaginar um Cristo apenas divino que “garante a salvação” para
aqueles que publicam a fé Nele.
As
passagens bíblicas citadas anteriormente não deixam a menor dúvida que a fé sem
as boas obras é inútil, que se alguém diz ter fé e não é capaz de se desligar
das riquezas e das coisas materiais (ou de não se apegar tanto a elas), ainda
está muito longe do que o próprio Jesus afirmou o Reino de Deus.
Não
basta apenas dizer “eu tenho fé, eu tô salvo” e se desligar completamente da missão
a ser cumprida.
A
crença não deve ser apenas em que “Jesus me livre dessa dor”, “Jesus perdoe
meus pecados”, “Jesus me salve”. Se eu creio na existência de Jesus e em todo o
seu significado para a humanidade, eu devo crer também nos Seus ensinamentos e
seguir os preceitos estabelecidos por Ele.
Não podemos
ser cristãos verdadeiros se não formos capazes de amar sem preconceito, sem
racismo, sem distinção.
Se
não nos indignarmos diante das injustiças cometidas contra qualquer pessoa e
agir para combatê-las.
Se
não colaborarmos para a diminuição das desigualdades existentes e, se
posicionar firmemente diante da realidade social do mundo de hoje.
Para
ser cristão, devemos ser promotores da paz, mas não uma paz quieta, acomodada e
individualista; devemos ser agentes da solidariedade, mas não aquela
solidariedade exclusiva aos amigos.
Para
ser cristão, devemos ser capazes, enfim, de assumir o compromisso de Jesus,
compromisso com os pobres, com os marginalizados, com os que sofrem, com os
abandonados; compromisso com justiça, com a igualdade, com um mundo e uma vida
melhor.
Uma vida
melhor desde já, porque Jesus não disse aos doentes “tenham fé numa vida melhor
depois da morte” curou suas feridas e suas enfermidades. Aos que tinham fome e
sede, Ele saciou.
A promessa de
uma vida eterna passa também por mudança das condições atuais de vida.
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