CAPÍTULO 10 - JESUS NOS DIAS DE HOJE






Diante de toda esta reflexão como podemos analisar Jesus nos dias de hoje?

A sociedade atual tem contradições bem mais profundas e em maior proporção que as da época de Jesus. Os males que atingem e ameaçam a vida humana também são muito maiores, dentre eles a violência, às drogas, a fome e a miséria.

Os conflitos entre riqueza e pobreza, guerra e paz, justiça e injustiça, solidariedade e individualismo, entre tantos outros, estão sempre presentes em nosso dia-a-dia.

Não podemos negar que somos influenciados por toda essa onda de consumismo, pela busca desenfreada por satisfações materiais, pela exigência da sociedade em “atendermos aos padrões estabelecidos”.

Diante de todo este caos vale à pena perguntar o que Jesus faria se aqui estivesse como viveu em seu tempo?

Não resta a menor dúvida que Ele, fiel que foi à sua missão, agiria da mesma forma.

Mas, creio que existem outras perguntas que deveríamos nos fazer: como devemos agir diante desse estado de coisas? Como ser cristão nos tempos de hoje? O que Jesus espera de nós?

A resposta fica a critério de cada um, no entanto, esta mesma resposta está intimamente ligada à reflexão acerca do próprio testemunho vivo dado por Jesus Cristo.

            O que não há como discordar é que para ser cristão autêntico, deve-se seguir os passos de Jesus e assumir a mesma missão abraçada por Ele.

            Não existe a possibilidade de conceber que alguém se diga cristão e pratique exatamente o contrário dos ensinamentos do Mestre, Jesus.

            Também, não dá para imaginar um Cristo apenas divino que “garante a salvação” para aqueles que publicam a fé Nele.

            As passagens bíblicas citadas anteriormente não deixam a menor dúvida que a fé sem as boas obras é inútil, que se alguém diz ter fé e não é capaz de se desligar das riquezas e das coisas materiais (ou de não se apegar tanto a elas), ainda está muito longe do que o próprio Jesus afirmou o Reino de Deus.
            Não basta apenas dizer “eu tenho fé, eu tô salvo” e se desligar completamente da missão a ser cumprida.
            A crença não deve ser apenas em que “Jesus me livre dessa dor”, “Jesus perdoe meus pecados”, “Jesus me salve”. Se eu creio na existência de Jesus e em todo o seu significado para a humanidade, eu devo crer também nos Seus ensinamentos e seguir os preceitos estabelecidos por Ele.       
Não podemos ser cristãos verdadeiros se não formos capazes de amar sem preconceito, sem racismo, sem distinção.

            Se não nos indignarmos diante das injustiças cometidas contra qualquer pessoa e agir para combatê-las.

            Se não colaborarmos para a diminuição das desigualdades existentes e, se posicionar firmemente diante da realidade social do mundo de hoje.

            Para ser cristão, devemos ser promotores da paz, mas não uma paz quieta, acomodada e individualista; devemos ser agentes da solidariedade, mas não aquela solidariedade exclusiva aos amigos.
            Para ser cristão, devemos ser capazes, enfim, de assumir o compromisso de Jesus, compromisso com os pobres, com os marginalizados, com os que sofrem, com os abandonados; compromisso com justiça, com a igualdade, com um mundo e uma vida melhor.

Uma vida melhor desde já, porque Jesus não disse aos doentes “tenham fé numa vida melhor depois da morte” curou suas feridas e suas enfermidades. Aos que tinham fome e sede, Ele saciou.



A promessa de uma vida eterna passa também por mudança das condições atuais de vida.

            A exigência é de sermos capazes de promover mudanças já. Mudanças em nós mesmos, mudanças no ambiente em que vivemos, assumindo os riscos, os desafios e as perseguições, como Ele (Jesus) mesmo assumiu. Isto é Libertação!

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